Em 1496, após as grandes conversões que afligiram os judeus no Reino de Portugal, e que os fizera, em sua totalidade, novos cristãos não tardou para inicio de uma nova diáspora.
As proibições imposta pelo monarca Dom Manoel, aos novos cristãos de não deixarem o Reino, não fora empecilho a fuga, porém os que tentaram, quando pegos, pagaram com a própria vida, por desobediência as ordens régias.
Assim foi diáspora judaico-portuguesa, deveras diferente da ocorrida em Espanha em 1492. Pois enquanto a primeira durou 3 séculos , a última durou pouco menos que 4 meses.
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Cosmo I de Médici |
A península Itálica, serviu muitas vezes como trampolim para os judeus conversos, que desejaram se instalar no Império Otomano, porém não tardou para o Duque Cósmo I de Médici, ver o quanto seria lucrativo para seu ducado, a permanência desses imigrantes no Ducado da Toscana.
Em 1548, o duque Cosmo I de Médici, (futuro Grão-Duque) emitiu decreto concedendo privilégios aos judeus Levantinos ¹ e aos Conversos de Espanha e Portugal para permanecerem em seu Ducado.
Esses privilégios foram assegurando no reinado de Ferdinando I de Médici, garantindo-lhes liberdade religiosa e de culto, direitos iguais aos mercadores cristão, livre acesso a universidade, autonomia administrativa e jurídica.
Não tardara e logo surgiram comunidades em Pisa, Lucca, Florença e Livorno, sendo esta ultima a mais brilhante e prospera.
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Livorno |
Porém aos demais judeus italianos, tais privilégios só foram estendidos séculos depois, com certas ressalvas, que duraram até o principio do século XIX.
Aos Judeus conversos portugueses, Livorno tornou-se uma Jerusalém no mediterrâneo.
A principio, Cosmo I de Médici, não autorizou formalmente aos conversos Portugueses, assumirem abertamente o Judaísmo, porém os prometeu proteção contra Inquisição.
Sobre está prerrogativa, não tardou a vinda de outros judeus da Nação Portuguesa, residentes na Europa do Norte, Hamburgo e Amsterdã, na escolha do ducado como residência.
Scuola Portuguesa de Livorno destruida durante a 2°Guerra Mundial |
Com o aumento da Nação Judaico Portuguesa em Livorno, logo cuidaram de levantar suas Scuolas (Sinagogas) conforme seu costume, constituindo Nação fechada, onde sua diretoria (os Massaris) era escolhida pelo grão-duque, sobre a condição de serem de origem Espanhola e Portuguesa.
Até 1673 toda a constituição da Nazione, era redigida em Português, depois dessa data, em Português e Espanhol.
Nos fins do século XVIII, A Nazione Ebrea de língua portuguesa, se tornou cada vez menos Ibérica, com a vinda de judeus de origem magrebina, autóctone (judeus itaquitas) e Asquenazitas.
Porém os Massaris, corpo governativo, sempre permaneceram sobre uma minoria espanhola, portuguesa e levantina. Sendo o Português língua oficial, usada em atas e sermões até o século XIX.
(1) Judeus Levantinos: do Levante, Império Otomano, em sua grande maioria eram de origem Sefaradita, pois o Império Otomano havia, desde cedo, tornado-se porto seguro aos judeus sefarditas que fugiam da intolerância religiosa na Península Ibérica.